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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Ângela Ro Ro na fogueira

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publicado em 14/06/2025 ás 07h00
atualizado em 14/06/2025 ás 08h57

“Maltratada pela vida” – essa frase de um texto do crítico de cinema paraibano João Batista de Brito, publicado em sua página no facebook sobre uma flanelinha que guardava os carros no estacionamento, que ficava entre o Edifício Sto Antônio (onde morei parte da minha vida) e o Centro Turístico, em Tambaú, nos anos 90, de cara, me fez lembrar da cantora Ângela Ro Ro.

Isso dele dizer maltratada pela vida, coisa difícil de curar, algo dilacerante na timeline, Ângela RoRo surge como se estivesse morrendo em sua rede social.

Ângela muda-se a um canto, quem sabe ela ainda seja uma garotinha, “esperando o ônibus da escola, sozinha…” da canção que Cazuza fez para ela, que só Cassia Eller gravou. Nas imagens surge uma Ângela incline, pedindo ajuda para tratamento de um câncer, siderada  na agonia da vida.

Face a face, Ângela RoRo do dentinho quebrado na arcada superior, com frases absolutas, levadas a um sentido momento presente, como se fosse a morte em público. É triste, muito triste!

Ângela RoRo cercadas de pessoas invisiveis solidárias e está mais do que provado o que disse Otto Lara Resende, que o brasileiro só é solidário no câncer – A frase, embora  associada a Otto Lara Resende, foi na verdade atribuída a ele por Nelson Rodrigues, e o próprio Otto a negava.

Desfeita a  cena, numa voz que cante o velho refrão: “por que queimar minha fogueira? Deixa eu cantar, aquela velha história, o amor, deixa penar a liberdade está também na dor”

Até pouquíssimo tempo Caetano Veloso, um cidadão agregador, a convidou para se apresentar com ele no show do disco ´Transa´, que Ângela participou da gravação em Londres, tocando uma gaita, um fio apenas.

Caetano é imenso e tem essa memória de levantar as pessoas. Fez isso com Elza Soares, quando a artista quis desistir dos palcos – e é da garganta dela, o refrão:  “Flor do Lácio, Sambódromo, Lusamérica, Latim em pó, O que quer, O que pode esta língua"> Copyright © 2025 MaisPB. Todo o conteúdo deste site é de uso exclusivo do MaisPB e suas subdivisões. Proibida reprodução ou utilização a qualquer título, sob as penas da lei.